A necessidade de mobilização social diante da emergência climática

Carmen Madorrán, Manuela Mesa e Luisa Martín Rojo marcam presença no evento “Es hora de tomarse en serio la emergencia climática” e reafirmam o compromisso da Cátedra da UNESCO em Educação para Justiça Social da UAM com a crise climática.

No dia 5 de abril, ocorreu na Universidade Autônoma de Madri o evento “Es hora de tomarse en serio la emergencia climática”. O ato, organizado pela faculdade de Filosofia e Letras, contou com a participação de Carmen Madorrán, Manuela Mesa e Luisa Martín Rojo, todas membros da Cátedra da UNESCO. 

 

O evento, celebrado pouco depois da publicação do novo informe do Grupo Intergovernamental de Expertos sobre  Mudanças  Climáticas  (IPCC) da ONU, buscou trazer à luz a importância e urgência de tomar medidas que abordem a situação climática, pois estamos à beira de um colapso climático. 

 

Entre as intervenções que sucederam-se durante a jornada, se destacou como a crise climática, a diminuição das camadas de gelo, o aumento do nível do mar, a escassez da água, etc., representam sérias ameaças para a paz mundial. Além do mais, como assinalou-se, não podemos nos esquecer que essas mudanças estão atravessadas pelas desigualdades de gênero, uma vez que são as mulheres as mais afetadas. As mulheres constituem a maioria da população mais pobre do mundo e são também as mais dependentes dos recursos naturais, que estão ameaçados pela crise climática. 

 

Também foi discutida a situação de migração forçada por causas climáticas que milhares de pessoas enfrentam. Está ficando cada vez mais claro que a imigração não é apenas um problema para os países do sul global, mas sim uma questão de responsabilidade global. Dessa forma, os palestrantes nos levaram a pensar sobre diferentes formas de reconhecimento dos direitos dos imigrantes para proteger legalmente essas pessoas e garantir-lhes um lugar decente onde possam viver, bem como a necessidade de textos internacionalmente vinculantes que visem amenizar essa situação .

 

A importância do ativismo no mundo científico também foi reivindicada. O ensino universitário está cada vez mais especializado e é necessário gerar estudos interdisciplinares que proporcionem uma visão mais global no campo acadêmico e que possam ser convertidos em ação coletiva.

 

Certamente há uma preocupação universal com a pauta ambiental, mas essa preocupação não se traduziu em mudanças quando estamos passando por um processo de esgotamento dos recursos naturais. Nesse sentido, os expositores nos convidaram a mudar a mentalidade de que só é possível fazer algo de cima e começar a transformar nossa indignação em mobilidade. Assim como disse um dos palestrantes, inspirado em Gramsci “É preciso tomar partido e parar de olhar pela janela, combatendo a indiferença diante das mudanças climáticas”.